Persistência e Paciência:

É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar até o chão. (como o bambu)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Emancipações

Camaquã Pólo Regional

Uma análise superficial pode concluir que Camaquã perdeu com as emancipações. Afinal o município cedeu territórios para Cristal, Chuvisca, Arambaré e Cerro Grande do Sul, nos últimos vinte e dois anos. Territórios e arrecadação direta de diversos impostos que são partilhados pela extensão territorial, pelo número de habitantes, propriedades rurais e produção, entre outras variantes. Desta forma, o cálculo é instruído por uma série de índices que diminuíram com a criação das novas comunas.
Um exame mais abrangente mostra o contrário: está divisão foi benéfica para Camaquã. Primeiro porque a soma dos repasses constitucionais e emendas parlamentares, na área em questão, são significativamente maiores do que se não tivesse havido a clivagem. Segundo, e especialmente, porque estes novos municípios se somam a outros da região, como Amaral Ferrador, Dom Feliciano, Sentinela do Sul, Tapes, numa primeira faixa de influência, Encruzilhada, Barão do Triunfo, Sertão Santana e até Barra do Ribeiro de forma relativa, para compor uma microrregião, onde Camaquã se constitui, cada vez mais, como um pólo regional.
Esta condição, sem dúvidas, traz inúmeras vantagens econômicas. Pelo seu porte, pelos serviços que oferta, pela sua atividade industrial, ímpar na região, a capital nacional do arroz parboilizado atrai gente, suscita investimentos, gera empregos.
Hoje se destacam, também, o pólo educacional, o pólo de saúde e o pólo histórico-cultural e esportivo. Enfim, são inúmeros os motivos que fazem com que cada vez mais pessoas tenham interesse em Camaquã. Morar, labutar, estudar, e, em grande número, transitar por aqui. Gastar aqui.
Este fenômeno deve ser reconhecido, entendido e trabalhado. As entidades de classe, principalmente as patronais, aquelas que investem para oferecer serviços ou fabricar e vender seus produtos, já se preocupa com estas questões e atuam para criar as condições ideais para fazer seus clientes criarem vínculos, fidelidade no relacionamento com as suas empresas.
Mais uma vez, é imperativo que o poder público faça a sua parte. B há muito para fazer. Apurar a infra-estrutura, embelezar a cidade, qualificar a mão de obra, incrementar uma política de incentivos e divulgar as potencialidades da nossa terra.
É uma parceria que pode trazer grande retorno. Não se pensar em administrar um município de 65.000 habitantes. O planejamento deve contemplar mais de 100 mil pessoas que circulam diuturnamente por nossas ruas e que, se por um lado trazem lucro, por outro, exigem melhores condições de acolhimento do município.
E do bê-á-bá do marketing que produtos para vender todas as empresas têm, com qualidade e preços equivalentes. O que diferencia o que vai importar e levar o consumidor a escolher onde comprar é a qualidade do serviço prestado.

Portanto, Camaquã tem que assumir na plenitude esta vocação, se preparar continuadamente para ser pólo e usufruir dos frutos desta situação.
BETO GRILL
Matéria veiculada na Tribuna Centro sul de 07/05/2010

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