Persistência e Paciência:

É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar até o chão. (como o bambu)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Escolha dos Diretores de Escola.

''Um dos problemas da gestão das escolas é a falta de preparo dos diretores''
Educação de qualidade pressupõe recursos suficientes e bem geridos, currículos adequados e valorização do magistério, com formação continuada, salários atrativos e carreira estimulante. Além disso, sistemas com ensino de qualidade, como a Finlândia, e reformas educacionais recentes, como a de Nova York, apontam como fator importante também a melhoria da gestão das escolas.
Na Finlândia, há uma atenção especial ao processo de formação e seleção dos diretores das escolas públicas. Em Nova York, para recrutar novos diretores entre professores com pouca experiência em gestão escolar, foi criada a Academia de Liderança que, com apoio financeiro do setor privado, forma diretores para as escolas públicas.

Na Espanha, o diretor de centro educativo é escolhido pelo conselho escolar, entre candidatos previamente certificados pela administração educativa, e um dos requisitos para a certificação é ter obtido bom resultado na avaliação do desempenho docente.

Na Finlândia e Nova York, candidatos à direção das escolas são selecionados por conselhos, na escola no primeiro caso, no distrito no segundo, e listas com nomes são encaminhadas à autoridade educacional para definição do diretor da unidade escolar.
No Brasil, um dos problemas da gestão das escolas é a falta de preparo dos diretores. Professores assumem a direção, por indicação política ou eleição da comunidade escolar, em geral sem os conhecimentos necessários para os desafios administrativos que vão enfrentar. Sem falar, na maioria das situações, da falta de apoio institucional para lidar com o problema da segurança das escolas públicas, absenteísmo de professores e funcionários e má qualidade do ensino.
No Rio Grande do Sul, os diretores são eleitos desde a década de 80, como conquista do movimento sindical. A lei vigente desde 1995 originalmente previa, primeiro, curso de qualificação oferecido pela Secretaria de Educação e, depois, eleição pela comunidade escolar. Mas foi alterada em 2001, transformando a frequência ao curso em compromisso dos diretores para depois de eleitos. Cursos que, na prática, não ocorreram.
Para aperfeiçoar o processo, uma possibilidade seria só poderem concorrer à direção das escolas professores com certificação em gestão escolar, obtida em exames aplicados, periodicamente, pela secretaria estadual ou municipal de Educação, a qual teria compromisso de oferecer cursos prévios a esses exames.
A Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul ofereceu, em 2007 e 2008, para 2732 integrantes de equipes diretivas de 980 escolas estaduais com mais de 500 alunos, o Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares (Pro gestão), criado em 2001 pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED). O Pro gestão pode ser o curso anterior ao exame de certificação, como em Minas Gerais, onde já há certificação antes da eleição para diretor.
Caminhos há. É preciso a decisão de caminhar.
*Consultora em Educação - Mariza Abreu*

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