A sociedade decidiu agir. Apresentou o Projeto Ficha Limpa — com 1,7 milhão de assinaturas. Dois milhões de cidadãos aderiram depois pela internet. Objetivo: impedir que pessoas julgadas por tribunal se candidatem a cargo eletivo. Pressionada, a Câmara aprovou o texto. Chegou a vez do Senado. Suas Excelências reagiram. "A prioridade do povo não é prioridade do Senado", disse o líder Romero Jucá. Mais tarde, voltou atrás. Os senadores aprovaram o Ficha Limpa. Os fichas sujas festejaram. Por quê? O verbo fez a mágica.
O texto da Câmara diz que são inelegíveis para qualquer cargo "os que tenham sido condenados". O do Senado, "os que forem condenados". Qual a diferença? Como diz o esquartejador, vamos por partes.
O 1º texto, "são inelegíveis os que tenham sido condenados", o autor se põe no presente (são inelegíveis) e fala de fato que deveria ter ocorrido no passado (tenham sido condenados).
A emenda Em "são inelegíveis os que forem condenados", recorre-se ao futuro do subjuntivo. O nome diz tudo: é porvir. A partir do presente, olha-se para o que pode ocorrer na frente.
Resumo da ópera: o Senado, ao passar a borracha no passado, promoveu anistia ampla, geral e irrestrita. Traiu o eleitor. Mas salvou os sujões.
Fonte:Blog da Dad
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